Todos
nós sabemos que em algumas épocas do ano, como o dia das crianças
e o Natal, as marcas de produtos investem agressivamente em
publicidade, as lojas oferecem promoções, eventos são feitos para
atrair e seduzir a garotada e muitos pais não conseguem recusar os
pedidos dos filhos.
Segundo
pesquisa feita pelo portal Meu Bolso Feliz, em parceria com o Serviço
de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), o levantamento mostra que 52%
dos pais admitem ceder às chantagens dos filhos quando assunto é
consumismo. Os pais também foram questionados a respeito dos
argumentos mais desafiadores ao lidar com a pressão dos filhos. Para
22% dos entrevistados, o mais difícil é negociar no estilo “se
você me der isso, eu prometo fazer aquilo.”
A
pesquisa do SPC revela, também, que os pais não estão, no geral,
dando bom exemplo aos herdeiros. Entre os entrevistados que têm
filhos, 76% já ficaram inadimplentes e 53% compraram alguma coisa
sem precisar nos últimos três meses.
Além
disso, 74% não reservam uma parte dos ganhos mensais para poupança
e 37% estão pagando atualmente cinco ou mais prestações ao mesmo
tempo, entre compras parceladas no cartão de crédito, crediário,
cheque pré-datado e empréstimos.
Toda
essa ausência de imposição de limites criou e está criando, cada
vez mais, adultos apegados a bens materiais, fadados a enfrentar as
mesmas dificuldades financeiras pelos seus pais.
Como
educar financeiramente os filhos?
A
resposta apesar de simples não é muito praticada. A melhor forma de
educar, financeiramente, os filhos é através do exemplo, porque os
pequenos são espelhos dos seus genitores. Se estes souberem poupar e
valorizar o seu dinheiro estas características serão
automaticamente transferidas para os seus filhos. Porém se os mais
velhos não tiverem limites, os mais novos também não terão.
Uma
maneira bastante efetiva de mostrar que “dinheiro não nasce em
árvore” pode ser oferecendo um cofrinho ou pagando uma mesada ao
filho. Dessa forma a criança aprende a poupar e a valorizar o que
ela tem. Ao estimularmos ela a juntar a “graninha” que ganhou ela
perceberá que com o tempo poderá comprar o que deseja. Esta é uma
forma de mostrar aos pequenos que para se ter algo é necessário
esforço.
Estudos
indicam que a prática de dar aos filhos tudo que eles pedem sem a
imposição de limites é uma forma que pais e mães encontram para
compensar a ausência deles, porém agir assim estimula um
comportamento compulsivo.
Porém,
não é com brinquedos, jogos caros ou equipamentos eletrônicos
sofisticados que um pai ou uma mãe vão preencher o vazio da
companhia, do cuidado, do zelo e da atenção. Educação é um
trabalho diário, que exige um acompanhamento. O maior presente é
estar com eles. Ainda assim, quando houver a insistência por um
brinquedo que cause constrangimento, seja mais firme. Promova trocas
em vez de proibições. A negociação faz com que a criança esqueça
a compulsão.
As
crianças estão sendo elevadas a um status de consumidoras adulta
sem estar preparadas. A publicidade usa propagandas extremamente
apelativas que causam nas crianças a vontade imediata de querer esse
ou aquele produto. Isto não significa que elas sejam excessivamente
consumistas, até porque está vontade é passageira e cairá no
esquecimento.
Explicando
ao seu filho que nem tudo que ele vê na televisão e,
principalmente, na internet ele precisa ter para ser feliz você
contribuirá para o amadurecimento saudável e para a educação
financeira dele.
Os
consumidores consideram importante a educação financeira das
crianças. É o que mostra a pesquisa nacional da Boa Vista SCPC
(Serviço Central de Proteção ao Crédito). O estudo revelou que
76% dos consumidores acreditam que é muito importante orientar as
crianças sobre como lidar com o dinheiro. Dos entrevistados, 20%
consideram importante e apenas 4% acham esse assunto indiferente,
pouco importante ou nada importante.
Entretanto,
60% disseram que aprenderam sozinhos a lidar com o dinheiro, 18% com
os pais, 10% em livros, sites e materiais na internet, 9% com outras
pessoas ou parentes e apenas 3% declaram que aprenderam na escola.
A
pesquisa também apontou que 75% dos entrevistados concordam que
educar financeiramente uma criança é capacitá-la para fazer o
melhor uso do dinheiro e que esse tipo de ensinamento deve partir da
própria família. Outros 36% afirmaram que a iniciativa também deve
ser um papel das escolas.
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